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domingo, abril 24, 2005

22:00

Pat Kay & The Gajos

Pat Kay possui a maleabilidade e a riqueza da língua de Pessoa, dado ter feito os estudos secundários em Portugal. Regressa a França por volta dos 16 anos, perfeitamente bilingue para efectuar estudos de jornalismo, comércio e literatura. Tais bagagens universitárias conduzilo-ão naturalmente ao ensino, a animação, a escrita e a interpretação..

Avido de encontros e porque que Paris é uma cidade propícia aos intercâmbios, no seu caminho cruza-se Dan Inger. Graças à orquestração musical de Dan, un velho sonho acabaria por tomar corpo: o projecto Montmartre. Os Gajos acabariam também por nascer em seguida. A chegada de Jap na guitarra marca o início do colectivo The Gajos. O qual ficará completo com Mitch na bateria, François no baixo, Victor nos teclados e Valerie Corcovado nos coros, a dar a réplica a Pat Kay sendo a voz-sombra deste. As influências cruzam-se ao sabor do vento e dos encontros e amizades de Pat Kay : Adolfo Luxúria Canibal (Mão Morta, Mécanosphère…), Franz Treichler (The Young Gods), determinante, Marco de Oliveira e Rodolphe Burger (Kat Onoma); Pat Kay recorda muitas vezes um momento único de magia, quando Rodolphe Burger, apaixonado pela poesia de Fernando Pessoa, lhe interpreta um dos seus poemas, Opiário/Opium.

Montmartre será uma mescla de línguas e de culturas. Uma simbiose de música e de textos realizada com rigor e talento. Uma obra que se escuta como um todo. É a vida de todos, que surge oferecida a cada um. Pressure, o primeiro tema, instala o cenário. « Agora que o Inverno chegou/Dou-me conta que me enganei na cidade/Sinto um ventoglacial soprar cá dentro/Sinto o meu sangue petrificar-se… ». Progressivamente, os outros temas vão chegando e construindo um universo no qual os textos incisivos são por vezes irónicos e por vezes cáusticos. E a voz/via de Pat Kay é uma espécie de prisma, de caleidoscópio do mundo onde todos se encontram/reconhecem. Arranjos « Pink Floydianos », interpretações algo « Gainsbourianas » ingredientes banhados em ambiências que fazem muitas vezes lembrar as de Nick Cave, Tom Waits, Tindersticks ou Bashung. Os textos encontram assim uma textura musical minimalista que lhes permite expôr todo o sentido, toda a substantífica medula. Em palco, o débito constante, quase hipnótico, é subitamente rasgado, ver sublimado pelos solos dos músicos ou da corista Valérie. Desta forma Pat Kay and the Gajos encontram-se sempre no fio da navalha, quais funâmbulos, equilibristas. Montmartre das noites húmidas de Inverno.

Pat Kay & the Gajos

patkay1.free.fr

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